Decisão determina que acordo sobre relógio de igreja seja cumprido
Em decisão liminar, a juíza Célia Maria Andrade Freitas Corrêa, da 4ª Vara Cível da Comarca de Conselheiro Lafaiete, determinou que seja cumprido o acordo firmado entre o padre responsável pela Paróquia Nossa Senhora da Piedade em Rio Espera e um morador vizinho, relacionado ao toque do relógio no período noturno.
O cirurgião dentista ajuizou a ação de obrigação de fazer cominada com pedido de tutela antecipada afirmando que mora ao lado da igreja e que sua família vem sendo perturbada pelo som do sino, que é tocado frequentemente ao longo do dia, mesmo de madrugada, desobedecendo às normas de silêncio da localidade.
O cidadão sustentou que, apesar de já ter sido firmado acordo com o pároco, os badalos permanecem. Assim, ele requereu a interrupção do toque do sino da igreja em horários noturnos, limitando-o ao intervalo das 7h às 19h.
Segundo a magistrada, o Código de Processo Civil (CPC) estabelece, em seu artigo 300, que, para a concessão da tutela de urgência, deve haver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Ela afirmou que ficou comprovada a probabilidade de direito do morador, porque o acordo realizado entre as partes, homologado em audiência de conciliação, e estabeleceu que relógio deveria ficar inativo entre 0h30 e 4h15.
A juíza Célia Corrêa também considerou que o perigo da demora está presente, pois, havendo descumprimento do acordo, a qualidade de vida dos autores do pedido poderá ser afetada diretamente, principalmente levando em conta o fato de que duas crianças residem no local.
Contudo, a magistrada ressaltou que a solicitação dos moradores ultrapassa os termos do acordo, pois no documento consta o período de silêncio compreendido entre 00h30 e 4h15, não existindo qualquer disposição sobre o limite de permissão entre 7h e 19h.
O processo segue tramitando.
Fonte: TJMG
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