Poema épico …
O rapagão da camisola vermelha sacode a melena da testa
e retesa os braços num bocejo como um jovem leão voluptuoso.
Dorme a sesta
o involuntário ocioso.
A filha do alfaiate atirou a tesoura e o dedal pela janela
e sumiu-se na noite escura do mundo.
Quis respirar mais fundo
e isso de ser coitada é lá com ela.
O homem da barba por fazer conta os filhos e as moedas
e balbucia qualquer coisa num tom inexpressivo e roufelho.
Súbito chamejam-lhe os olhos como labaredas;
– Eu já venho!
O da face doente,
o que sofre por tudo e por nada, sem querer,
abana a cabeça negativamente:
– Isto não pode ser! Isto não pode ser!
Sentados às soleiras das portas,
mordendo a língua na tarefa inglória,
com letras gordas e por linhas tortas
vão redigindo a História.
e retesa os braços num bocejo como um jovem leão voluptuoso.
Dorme a sesta
o involuntário ocioso.
A filha do alfaiate atirou a tesoura e o dedal pela janela
e sumiu-se na noite escura do mundo.
Quis respirar mais fundo
e isso de ser coitada é lá com ela.
O homem da barba por fazer conta os filhos e as moedas
e balbucia qualquer coisa num tom inexpressivo e roufelho.
Súbito chamejam-lhe os olhos como labaredas;
– Eu já venho!
O da face doente,
o que sofre por tudo e por nada, sem querer,
abana a cabeça negativamente:
– Isto não pode ser! Isto não pode ser!
Sentados às soleiras das portas,
mordendo a língua na tarefa inglória,
com letras gordas e por linhas tortas
vão redigindo a História.