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Entenda as armadilhas do plano de saúde com coparticipação. Saiba o que a ANS permite, quando o aumento é abusivo e como evitar surpresas nas contas médicas.
🩺 Introdução
Nos últimos anos, os planos de saúde com coparticipação têm sido vendidos como uma opção “mais barata” e “flexível”.
Mas o que muitas pessoas não sabem é que esse tipo de contrato pode esconder armadilhas perigosas, levando o consumidor a pagar muito mais do que imagina.
Neste artigo, você vai entender como funciona a coparticipação, quais são os riscos e abusos mais comuns, e como se proteger para não cair em ciladas que comprometem o seu orçamento e seus direitos.
⚖️ 1. O que é um plano de saúde com coparticipação
A coparticipação é um modelo em que o consumidor paga uma parte dos custos de cada atendimento, exame ou procedimento realizado.
Ou seja, além da mensalidade fixa, o beneficiário desembolsa valores extras conforme usa o plano.
🧾 Exemplo:
- Consulta: R$ 35,00
- Exame de sangue: R$ 18,00
- Tomografia: R$ 120,00
Parece vantajoso no começo — especialmente para quem usa pouco o plano —, mas os custos podem explodir em caso de tratamento contínuo, doenças crônicas ou internações.
💰 2. A ilusão da mensalidade barata
Muitas operadoras anunciam o plano coparticipativo como “metade do preço do plano tradicional”.
Mas o que não dizem é que o barato pode sair caro:
- O consumidor paga pouco enquanto não precisa usar.
- Quando adoece ou precisa de tratamento, as despesas aumentam exponencialmente.
- Há casos de famílias que pagaram mais de R$ 1.000,00 por mês em coparticipações inesperadas.
💬 Isso acontece porque não há limite claro em alguns contratos — e o consumidor só descobre o total no fim do mês.
📜 3. O que diz a ANS sobre a coparticipação
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) permite a cobrança de coparticipação, mas impõe regras.
📋 Segundo a Resolução Normativa nº 433/2018:
- O valor cobrado não pode ultrapassar 40% do custo do procedimento;
- Deve existir transparência total sobre o percentual cobrado;
- O contrato precisa informar o limite mensal e anual que o beneficiário poderá pagar;
- O consumidor tem direito de consultar o extrato detalhado de coparticipações.
⚠️ Se o contrato não respeitar essas regras, a cobrança é abusiva e pode ser denunciada à ANS e ao Procon.
💣 4. As principais armadilhas da coparticipação
Veja os golpes e abusos mais comuns praticados pelas operadoras:
- Cláusulas confusas sobre percentuais e limites;
- Cobranças indevidas em exames de rotina;
- Reajustes disfarçados sob o pretexto de “uso excessivo”;
- Falta de transparência nos boletos;
- Restrição de rede credenciada sem aviso prévio;
- Multas abusivas para cancelamento do contrato.
💡 Dica: leia o contrato antes de assinar e peça explicações por escrito sobre cada tipo de cobrança.
🧾 5. Casos em que a coparticipação é vantajosa
Apesar dos riscos, a coparticipação pode ser útil em situações específicas:
- Para quem usa pouco o plano;
- Empresas que contratam para funcionários jovens e saudáveis;
- Consumidores com reserva financeira para imprevistos.
Mas é fundamental que o contrato tenha limite máximo mensal e anual bem definidos, conforme exige a ANS.
🧑⚖️ 6. Quando a cobrança é ilegal — e o que fazer
A cobrança se torna ilegal quando:
- O plano ultrapassa o limite de 40%;
- Há ausência de informação clara no contrato;
- A operadora nega acesso ao extrato de coparticipação;
- O consumidor não foi avisado previamente sobre o modelo de cobrança.
Nesses casos, o usuário pode:
- Reclamar na ANS (telefone 0800 701 9656 ou site ans.gov.br);
- Acionar o Procon da sua cidade;
- Registrar ação judicial com base no art. 6º, III e IV, do Código de Defesa do Consumidor (direito à informação e proibição de prática abusiva).
🧠 7. Como se proteger antes de contratar
🔍 Checklist essencial antes de assinar:
- Leia o contrato completo, inclusive as letras pequenas;
- Peça o percentual exato da coparticipação por tipo de serviço;
- Confirme se há limite máximo de cobrança mensal/anual;
- Verifique se o plano tem rede ampla e hospitais confiáveis;
- Exija uma cópia assinada de todas as cláusulas explicativas.
👉 Se o corretor se recusar a esclarecer algum ponto, desconfie. Transparência é obrigação legal.
⚖️ 8. Conclusão
O plano de saúde com coparticipação não é necessariamente ruim, mas pode ser uma armadilha quando vendido sem transparência.
O consumidor deve estar atento para não ser enganado por mensalidades baixas que escondem cobranças imprevisíveis.
Antes de contratar, avalie o custo-benefício real e entenda suas limitações.
E lembre-se: informação é o melhor remédio contra abusos.
OpinionJus